sexta-feira, 11 de abril de 2025

Gastos com ciclofaixa no Carrão adiam recapeamento

É difícil entender, primeiramente, a dificuldade que encontram Secretarias e Subprefeituras de conversarem entre si e dialogarem com a população. Um sistema há muito tempo defasado e que precisa ser revisto em São Paulo, afinal, as Subprefeituras foram criadas com o intuito de descentralizar as demandas da cidade, das “mãos” da prefeitura, em prol de soluções locais mais ágeis e eficientes. Um simples recapeamento, uma troca de lâmpadas ou ainda, uma limpeza ou poda de árvore precisa de autorização das Secretarias. 

O certo seria as Secretarias estarem subordinadas às Subprefeituras, que por sua vez, teriam o poder para decidir, resolver e atender as dúvidas e necessidades da população local. 

Em vez disso, uma simples resposta precisa da autorização e todos ficam dias aguardando. Há semanas, uma revitalização da ciclofaixa na rua Evangelina e outras vias da região causa questionamento na comunidade. Não pela tinta ou ajustes, mas sim, pelo estado lastimável em que se encontra em boa parte de sua extensão: esburacada, sem as “tartarugas” de proteção – também conhecidas como tachões – que oferecem mais segurança aos motoristas e ciclistas –, sem faixa de pedestres, entre outros. Apesar destes problemas, a prefeitura está neste momento pintando e reformando alguns pontos da ciclofaixa. 

Ou seja, um gasto de dinheiro público que neste momento, pode se correr o risco de ser jogado fora, uma vez que a via em toda sua extensão necessita de reparos. E a rua Evangelina não é a única nesta situação. A rua Lutécia e a avenida Guilherme Giorgi também encontram-se em estado precário – muito também devido aos caminhões que sobem e descem por conta das obras do metrô que têm deteriorado as vias do bairro.

Existe um programa de recapeamento em andamento desde 2020, que visa garantir a qualidade do asfalto em toda São Paulo. Segundo a própria prefeitura, no bairro de Vila Carrão, já foram contempladas e entregues em 2024, pelo programa, as seguintes vias : • Rua Taubaté (Ambos os sentidos) – Trecho compreendido entre a Praça Libéria até a Av. 19 de Janeiro; • Rua Codajás (Inclui Praça Mal. Leitão Bandeira- Trecho compreendido entre a Rua Dona Vitória Speers até Praça Marechal Leitão Bandeira; • Rua Grecco – Trecho compreendido entre a Rua José da Rocha Vita até a Rua Lessing; • Rua Vacanga- Trecho compreendido entre a Rua Taubaté até a Rua Maria Vieira Ribeiro. 

No entanto, com relação a estas vias, quando questionada sobre o porquê do gasto com a ciclofaixa antes do recapeamento, a Secretaria Municipal das Subprefeituras informou que “A ciclofaixa da Rua Evangelina está inserida no programa de manutenção permanente. Para verificar as condições do pavimento, será feita uma vistoria pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Caso o pavimento não esteja de acordo, será solicitado recapeamento para depois ser sinalizada”. Sobre a situação da Lutécia e Guilherme Giorgi, a Secretaria disse que “em vistoria feita nestas vias no dia 17 de março, foi constatada a necessidade do serviço de tapa buraco. Os endereços já foram incluídos no cronograma”. 

É fato que obras são entregues pelo poder público, mas o que se questiona é o porquê de algumas despesas serem praticadas, sem se atentar ao básico, visto que o gasto com uma ciclofaixa na via sem recapeamento pode acabar desperdiçando o dinheiro público empregado.

Reportagem: Da redação. Foto: Divulgação.

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